Nós amamos nossos filhos. Mas, vamos confessar, que, em algumas situações, dá vontade de ter um controle remoto para desligá-los um pouquinho – ou apenas baixar o volume. Principalmente em restaurantes, na casa dos outros, em festas, quando eles parecem ganhar energia extra. No entanto, cabe aos pais resolver a situação, não aos filhos. Jamais proibindo tudo. O pouco tempo que passamos com eles tem de ser divertido e não uma guerra de nervos. Criança tem direito de ser criança: manifestar suas emoções de forma exagerada, perguntar sobre tudo, falar muito e às vezes com aquela vozinha estridente. Também não dá para liberar geral. O segredo, segundo especialistas, é desviar a atenção para algo que não incomode as outras pessoas nem as coloque em risco. Por último, lembre-se de que o filho deve ser educado para a vida real. Pode aprender a suportar uma situação mais formal, por exemplo, com a sugestão de um programa relaxado depois, como tomar um sorvete em família. Conheça algums dicas dos especialistas para alguns impasses corriqueiros.
Restaurantes
Como criança adora correr entre as cadeiras e ficar embaixo das mesas, deixe os mais chiques para o futuro. Antes que ela atropele um garçom ou cheguem reclamações dos vizinhos, distraia sua atenção com atividades simples: jogo de palito, forca, ou da velha, telefone sem fio, desenhar o prato que acabaram de pedir, contar histórias. Vários restaurantes possuem parquinhos ou oferecem giz de cera para as crianças desenharem no papel da mesa.
Encontros com outras crianças
Pode ser um dia no clube, uma festa de casamento ou um aniversário no bufê. Não há muito o que fazer. O comportamento do seu filho nesses lugares será um reflexo da educação que recebe em casa. Se tem liberdade para gritar com as pessoas, fará o mesmo nesses eventos. Se a situação for insuportável, melhor ir embora, pois não é o momento de tentar educá-lo. Use essas oportunidades como um termômetro e mude a educação no futuro, verificando o exemplo que você dá. Observe também se seu filho respeita os colegas, aguarda o lugar na fila ou empresta os brinquedos para os outros. Se as crianças discutirem, deixe seu filho resolver. Só interfira se a situação sair do controle, com uma criança batendo na outra.
Na casa que não tem criança
O ambiente pode não estar preparado para receber seu filho e os anfitriões não costumam ter truques na manga porque ainda não são pais. Nesses casos, é bom confirmar antes se a criança é esperada e, em caso positivo, levar algo para distraí-la, como jogos, o livro que está adorando, a boneca que acabou de ganhar. Carregue sempre duas alternativas, para poder variar. Se estiver acompanhada da babá, lembre-se de que ela conta como um adulto a mais na hora de comer.
Viagens
Quando é de avião, algumas companhias oferecem kits com atividades para pintar e desenhar, além de comida mais interessante para crianças. Informe-se antes de viajar. Se o programa envolve carro ou ônibus, monte o kit você: GameBoys, livros, pequenos brinquedos, histórias e canções. Ou procure viajar à noite, quando as crianças normalmente dormem.
Cinema, teatro e show
É uma delícia quando o programa é para criança. O local estará preparado para recebê-las, assim como os profissionais. Seu filho poderá se manifestar à vontade. Quando o evento é para adultos, o risco é dos pais. Num recital de música clássica não dá para admitir uma criança falando. Em uma peça de teatro, talvez, depende do espetáculo. É melhor verificar antes se o programa pode interessar ao seu filho e, ao menor sinal de incômodo, não o culpe. Vá embora e espere crescer mais um pouco para aproveitar melhor.
Transporte público
Até mesmo os adultos procuram ter um livro ou uma revista para espantar o tédio de um percurso no trânsito. Imagine uma criança cheia de energia. Além de levar um livrinho, aproveite a oportunidade para brincar. Se estiverem no metrô, proponha um jogo de adivinhar quantas paradas faltam para chegar ou se vão descer muitas ou poucas pessoas. No ônibus, mostre placas no caminho, ajudando-a a reconhecer as letras, ou conte as árvores e conversem sobre o verde na cidade.
Supermercado
Cheio de corredores e prateleiras coloridas, é quase desumano pedir para a criança ficar quieta. Transforme seu filho em aliado, pedindo ajuda desde a hora de fazer a lista até pegar os produtos na prateleira, somar o preço final (se ele já souber), pensar nas quantidades. Lembre-se de colocar na lista coisas de que ele goste. Alguns supermercados oferecem carrinhos menores para deixar a tarefa mais animada. A criança se distrai e esquece de ficar emburrada, jogando o carrinho em cima de você e dos outros clientes.
Consultores: Adriana Foz Veloso, psicopedagoga e escritora de livros infantis de poesia; Maria Irene Maluf, pedagoga; Lígia Marques, antropóloga especializada em psicologia da educação e consultora de etiqueta para crianças e adolescentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário