quinta-feira, 29 de abril de 2010

Show do Ben 10 cancelado

Fui comprar entradas para o show hoje e fui informada que o show foi cancelado. Quem já comprou entradas pode ir à Cia. Toy pegar o dinheiro de volta.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Exposição: Os Gêmeos - Vertigem

Estive lá no domingo com meu filho e ele amou pois algumas obras são interativas e brincam com os sentidos visuais, auditivos e táteis dos visitantes.
Curadoria: Gustavo Pandolfo e Otavio Pandolfo

Local: Centro Cultural Banco do Brasil - SCES, Tr. 2, Lt. 22 - Asa Sul - 3310-7087
Data: De terça a domingo, das 09h às 21h.
De: 02/03/2010
Até: 16/05/2010

Unicirco Marcos Frota

Espetáculo Somos Todos Brasileiros. Em cartaz até o dia 9 de maio.

Local: Área externa do Complexo Cultural da República.

Data: Às 20h30. Aos sábados e domingos, também às 17h30.
Preço inteira: Cada R$ 5 em compra de produtos Nestlé pode ser trocado por um ingresso. Informações sobre os pontos de troca no DF pelo telefone 0800-773 9111 ou pelo site www.unicirco.com.br
De: 17/04/2010
Até: 09/05/2010

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Crianças na Cozinha

Quero indicar o site Crianças na Cozinha, que é repleto de receitas, dicas e informações fundamentais para a alimentação e estilo de vida saudáveis de nossos filhos.
Tem receitas, dicas para crianças que não gostam de se alimentar, artigos e muitas outras coisas legais. Pra quem quiser conferir o endereço é: http://pat.feldman.com.br/

domingo, 25 de abril de 2010

As Coisas no CCBB

Estive hoje no CCBB para assistir ao espetáculo "As Coisas" e infelizmente não consegui pois os ingressos estavam esgotados. Quem ainda quiser assistir eles estão vendendo ingressos antecipados. Uma amiga foi e gostou bastante. Para clientes do BB o ingresso sai por 7,50 e o espetáculo sai de cartaz no próximo final de semana.
Aproveitando o passeio é possível aproveitar todo domingo às 17:00 horas um show de música instrumental ao vivo nos jardins do CCBB. Muitas pessoas levaram toalhas para curtir o show no gramado apesar de haver cadeiras disponíveis. As crianças se divertem no jardim enquanto os pais curtem o show, a vista da ponte e ainda para quem gostar tomar uma cerveja que está à venda durante o show. Um bom programa para tardes de domingo e que vai rolar até setembro.

sábado, 24 de abril de 2010

Ciência para a vida

Começa hoje a VII Exposição de Tecnologia e Agropecuária da Embrapa. De 24/04 a 02 de maio, das 9:00 às 21 horas na sede da Embrapa (fim da W3 norte). O programa é de graça e você pode buscar mais informações sobre a programação no site: www.cienciaparavida.com.br

Star Wars no Iguatemi


No universo The Clone Wars, montado no Shopping Iguatemi, as crianças podem passear por um cenário com sala de embarque, nave de transporte de tropa e até uniforme para simular a disputa entre a república e império. No fim dá pra tirar fotos com os personagens e construir suas próprias naves de Lego. Eu já fui e meu filho amou. Diversão garantida pra eles.
Até 2 de maio na Praça Central do shopping. De graça.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Aprenda a reconhecer as cores para coleta seletiva de lixo

Não é todo material que pode ser reciclado. Aprenda a colocar papel, plástico e metal nas latas corretas. As crianças vão adorar brincar com as latas de lixo e aprender o que pode ou não ser reciclado. É só seguir o link abaixo:

http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1556851-16020,00-APRENDA+A+RECONHECER+AS+CORES+PARA+COLETA+SELETIVA+DE+LIXO.html

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Bela Adormecida


A Cia. Néia e Nando está em cartaz com o espetáculo "A Bela Adormecida" de 03 a 25 de Abril no Teatro Escola Parque 308 Sul aos Sábados e Domingos às 17h.

Brasília, Brasília para crianças

O espetáculo multimídia narra a história da construção da Capital Federal especialmente para o público infantil. Concebido por Joselito Eduardo Matos Sampaio – dramaturgo premiado pelo espetáculo Flor de Beco –, Brasília, Brasília para crianças traz os personagens Mamãe Ema e sua filhote, a Eminha, animais típicos do cerrado acompanhando toda a trajetória da nova capital, desde a transformação do planalto central com a chegada dos “candangos”, passando pela construção do Plano Piloto, de Lúcio Costa, pelas edificações criadas por Oscar Niemeyer e adornadas pela arte de Athos Bulcão, até a inauguração com o discurso de esperança do presidente JK

Local: Sala Plínio Marcos - Funarte - Atrás da Torre de TV - -
Data: Sábados e domingos, às 17h
Preço inteira: R$ 10
Preço meia: R$ 5
De: 10/04/2010
Até: 18/04/2010

CCBB- Artes Cênicas


As Coisas
16 Abr a 2 Mai
Local: Teatro I
Horário: Sextas, às 16h | Sábados e domingos, às 16h e 18h (domingo, dia 25, às 15h e 16h30)



As Coisas é um espetáculo que mistura teatro de animação, música e artes visuais. No palco, coisas, coisas, muitas coisas. Uma divertida banda de rock, uma boneca falante e uma professorinha nariguda apresentam poemas de Arnaldo Antunes, musicados, narrados e encenados com o suporte de diferentes técnicas de animação, pela Cia Teatro Portátil. Direção Alexandre Boccanera, figurino Ronaldo Fraga, iluminação Aurélio de Simoni, cenário Aurora dos Campos, com os atores Flávia Reis, Julia Schaeffer e Guilherme Miranda.


SERVIÇO

Data: 16 de abril a 2 de maio
Horário: Sextas, às 16h | Sábados e domingos, às 16h e 18h (domingo, dia 25, às 15h e 16h30)
Local: Teatro I | SCES, Trecho 2, lote 22
Bilheteria/Informações: Terça a domingo, das 9h às 21h | Telefone: (61) 3310-7087
Ingressos: R$ 15 (inteira) | R$ 7,50 (meia entrada para estudantes, professores, funcionários e correntistas do Banco do Brasil e maiores de 60 anos)
Classificação indicativa: livre
Duração: 50 min.

É de criança que se forma um leitor

Criador da Cidade do Livro aponta cinco dicas para estimular a leitura

Estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) referente ao hábito da leitura em 52 países revela que o Brasil ocupa a 47ª posição. Mais do que isso, mesmo tendo elevado a média de livros que os brasileiros leem por ano de 1,8 para mais de quatro nos últimos anos, o ranking é um sinal de alerta para que haja maior empenho em relação à Educação. Em países desenvolvidos, uma pessoa lê em média 10 livros ao ano.

Na opinião da Claudio Amadio, criador da Cidade do Livro, há que se comemorar a transformação por que a educação vem passando. “Percebemos uma ação conjunta de pais e educadores no sentido de desmistificar a ideia de que os livros são chatos e de mostrar na prática que é perfeitamente possível se divertir em meio a livros e num ambiente cultural”.

Amadio revela que a cada ano aumenta o número de escolas que adotam o primeiro parque temático cultural brasileiro como passeio. Inaugurada há 12 anos, a Cidade do Livro combina diversão e cultura em um grande espaço, onde as crianças são recebidas num cenário de livros gigantes. Cerca de 10 mil educadores e 80 mil alunos realizam o passeio monitorado todos os anos, entre os meses de março e dezembro.

“Muitos educadores relatam ter percebido que as crianças passaram a se interessar mais por livros depois de visitar a Cidade do Livro. Mas há outras atitudes que devem ser tomadas para incentivar a leitura. Quando os livros são enaltecidos em sala de aula, por exemplo, os alunos geralmente se sentem motivados a ler em casa, junto aos pais e aos irmãos”, diz o empresário.

Claudio Amadio aponta cinco dicas para formar bons leitores:

Maior participação dos pais. “Além de estreitar os laços familiares, a leitura favorece a diferenciação entre a palavra escrita e a impressa, permitindo que a criança construa um vocabulário mais rico, desenvolva habilidades auditivas e concentração, crie o gosto pela literatura e encare a leitura como uma alternativa de lazer para a família.”

Comprometimento da escola. “Cada vez mais os educadores integram o incentivo à leitura e o letramento aos projetos interdisciplinares da escola. Tanto as escolas particulares como as públicas vêm desenvolvendo excelentes projetos de leitura. Em face das limitações de verba, o ideal sempre fala mais alto e a criatividade acaba compensando.”

Envolvimento da iniciativa privada. “Com a criação de leis de incentivo à cultura, tanto federal (Lei Rouanet) como estadual (ProAC/SP), a iniciativa privada já está se dando conta do importante papel social que pode e deve desempenhar. Devido ao bom uso de recursos públicos, crianças de outros estados estão entrando em contato com o projeto itinerante da Cidade do Livro, por exemplo.”

Maior atenção das editoras, livrarias e autores. “No Brasil, temos poucas livrarias em relação à nossa área física e à população do país. Mesmo assim, um livro fechado na estante apenas decora o ambiente. Por isso, é preciso intermediar esse contato com o livro de maneira lúdica e criativa. Cada vez mais as crianças têm acesso a livros que se diferenciam nos formatos, tipos, ilustrações e assuntos. Existem livros para todas as idades e todos os bolsos, com muita qualidade nos textos de escritores nacionais e nos textos traduzidos”.

Aumentar oferta de diversões globalizadas. “Este quesito combina iniciativas mistas, que partem tanto do governo, como das empresas, das escolas, dos pais e da mídia. Ao lado dos esportes, das viagens, do videogame e da televisão, é importante que a oferta de programas de lazer passe a enfatizar mais a diversão e a cultura ao mesmo tempo. Crianças habituadas desde pequenas a rituais culturais certamente desenvolvem maior interesse pela leitura na fase adulta”.

Fonte: Claudio Amadio, criador da Cidade do Livro – primeiro parque temático cultural do Brasil, associa diversão e cultura em um espaço de dois mil metros quadrados localizado no coração da Zona Norte de SP. O principal objetivo do passeio monitorado é oferecer entretenimento lúdico e educativo a alunos do Ensino Fundamental e da Educação Infantil (www.cidadedolivro.com.br).

Diabetes

Você sabia que os pequenos também podem ter predisposição para o diabetes? Uma alimentação balanceada, atividades físicas e o monitoramento através de autotestes são práticas fundamentais para garantir uma boa infância aos seus filhos.

Falar de diabetes já é um assunto realmente sério, quanto se trata da doença nas crianças então, se torna mais delicado ainda. Porém, não é um motivo para se desesperar.

O fato é que uma grande vilã para o agravamento da doença, no verão, são as férias. Isso se deve, pois os pais acabam cedendo às vontades dos filhos deixando que eles comam tudo aquilo que desejam como doces, frituras, enfim os carboidratos, que são encontrados no sangue em forma de glicose. E seu excesso pode causar a doença.

Dra Carolina Ynterian, bioquímica e diretora do laboratório Analitic, explica: “Diabetes é uma alteração na produção do hormônio insulina pelo pâncreas ou uma resistência à ação da insulina pelo organismo”. Quando a pessoa sofre de diabetes, o pâncreas produz pouca insulina fazendo com que o açúcar fique acumulado no sangue.

Existem dois tipos de diabetes, a do tipo 1 e a do tipo 2. O diabetes tipo 1 é o mais comum em crianças, pois pode surgir desde as primeiras semanas de nascimento até os 30 anos, mas é entre os 5 e 7 anos, durante a puberdade que mora o perigo e a atenção precisa ser redobrada. Está relacionado a falta ou pouca produção de insulina, o que faz com que não consiga controlar a taxa de glicose ingerida.

Já o diabetes tipo 2 é hereditária e acontece quando as células resistem à ação da insulina, mesmo que sua produção seja normal. Antigamente era uma doença de adulto, mas com a elevação da taxa de obesidade infantil associada a uma vida sedentária e com maus hábitos alimentares, esse tipo de diabetes aumentou consideravelmente entre as crianças.

Algumas dicas valiosas para prevenir o diabetes são o aleitamento materno, evitar a alimentação artificial rica em açúcares desnecessário nesta fase. Então se deve manter uma alimentação saudável para evitar a obesidade infantil. Outra idéia boa para ser aderida pelos pais é levar as crianças para brincarem e praticarem esportes e assim, evitar que fiquem sedentários.

Uma coisa é certa, quanto mais cedo o diabetes for detectado, menores são as chances de complicações futuras. Portanto, notando os sintomas do diabetes infantil (sede, aumento de fome e emagrecimento, aumento do número de vezes em que urina, mal estar, sonolência, fraqueza, tonturas, câimbras e formigamentos) o ideal é partir para os testes.

A longo prazo, a doença causa perda de visão, derrame, infarto, hipertensão, impotência sexual, doenças pulmonares e insuficiência renal.

Drª. Carolina Ynterian é Diretora da Analitic, Bacharel e Mestre em Bioquímica com especialização em Biologia

Dez dicas para aproximar as crianças dos livros

Criador da Cidade do Livro, Claudio Amadio, ensina o “caminho das pedras” para que a leitura não caia em desuso. Em tempos de Nintendo Wii e Xbox, que atraem crianças cada vez mais novas para frente da TV em busca de aventuras virtuais, estimular os filhos à leitura não é tarefa das mais fáceis. Acostumadas a processar informações rápidas, as crianças parecem estar sem tempo para cultivar o pensamento imaginativo. “Não há nada de errado com os videogames, desde que os pais estejam atentos à faixa etária dos jogos e estipulem um tempo máximo diário ou semanal para esse tipo de diversão. Mas é necessário que o gosto pela leitura, tão necessário durante toda a vida, seja cultivado dentro de casa”, diz Claudio Amadio.

Para Amadio, que reuniu diversão e cultura num mesmo lugar no primeiro parque temático cultural criado há 12 anos, acredita que a leitura pode transformar o universo infanto-juvenil. "Além de criar afinidades dentro dos lares, a leitura permite que a criança diferencie a palavra escrita da impressa, construa um vocabulário mais rico, desperte para o mundo de entretenimento e imaginação que cabe dentro de um livro, desenvolva habilidades auditivas e concentração, crie o gosto pela literatura e, muito importante, encare a leitura como uma alternativa de lazer para a família".

Aqui estão 10 dicas de Claudio Amadio para que os pais aproximem as crianças do universo em papel:

1 - Aproveite os feriados prolongados e as férias para levar para casa dois ou três títulos que as crianças ainda não conhecem. Dê preferência a temas, formatos e cores que atrairão atenção dos seus filhos. A ideia é que possam ler e reler muitas vezes antes de doar para projetos educacionais;

2 - A leitura não acaba em si. Depois de lerem juntos um livro, que tal programar alguma atividade manual? Promova uma sessão de desenhos, pinturas ou colagens relacionadas ao tema. Coloque molduras nos trabalhos preparados por seus filhos como forma de estimular a continuidade do projeto em família;

3 - A dramatização também é uma excelente forma de prolongar o prazer da leitura. Incentive suas crianças a improvisar ou preparar uma pequena apresentação teatral sobre a história lida;

4 - Tenha sempre livros e audiobooks no carro. Durante as viagens ou passeios de fim de semana, ofereça um livro bem simples e colorido às crianças pequenas, de preferência que venha acompanhado com um CD. Além de aproximar os pequenos dos livros, a viagem também será bem mais agradável;

5 - Encoraje seus filhos a escrever desde bastante pequenos. Ofereça sempre giz de cera, canetinhas coloridas e muito papel para que expressem seus pensamentos através da escrita;

6 - Para os maiores, estimule a criarem suas próprias histórias. Nos tempos livres que passam juntos, que tal propor a criação de um jornal da casa, com notícias sobre todos os familiares e seus interesses?

7 - Não se aborreça com os pré-adolescentes que passam muito tempo no MSN. Estimule-os, também, a mandar e-mails mais longos a parentes, professores e amigos. Cartas e cartões-postais também resistem ao tempo, são charmosos, e devem ser usados o máximo possível. Os enamorados que o digam...;

8 - Planeje passeios a partir da leitura de livros. Alguns títulos poderão sugerir um piquenique, outros uma visita ao zoológico, ao aquário, a museus, parques etc. Não deixe de fazer essa conexão com a história que as crianças leram, para que ampliem seu conceito sobre o hábito de ler;

9 - Promova a noite do cinema em casa. Escolha um filme em DVD e providencie o livro correspondente à história também. Ao fim do filme, sentados em meio às almofadas e pipocas, ofereça o livro como uma continuação do prazer que acabaram de sentir em família;

10 - Se um personagem gosta muito de determinada comida, que tal convidar seus filhos para irem todos juntos para a cozinha e preparar uma receita em sua homenagem? Dica: caso vocês desconheçam as preferências gastronômicas de determinado personagem, invente! Vocês terão boas horas de diversão na certa.



Claudio Amadio, criador da Cidade do Livro – primeiro parque temático cultural do Brasil, associa diversão e cultura em um espaço de dois mil metros quadrados localizado no coração da Zona Norte de SP. O principal objetivo do passeio monitorado é oferecer entretenimento lúdico e educativo a crianças entre 3 e 12 anos, alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental

Nutricionista dá dicas de como inserir alimentos saudáveis na dieta da criança

“Meu filho não come!”. Essa é uma das principais queixas dos pais de crianças em idade pré-escolar (entre 1 e 6 anos). Em alguns casos o assunto requer preocupação e investigação para saber se há um problema mais sério. Mas, na maioria das vezes, de acordo com a professora do curso de Nutrição da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Thelma Fernandes Feltrin Rodrigues, a questão está ligada aos hábitos alimentares da família. “Os filhos espelham os hábitos e os costumes dos pais, portanto, não dá para exigir que eles comam verduras e legumes se esses alimentos não fazem parte do cardápio da casa. Por não apreciarem determinadas hortaliças, alguns pais não compram, não preparam e não oferecem às crianças”, observa.

A professora Thelma diz que a criança está experimentando novidades nessa fase de transição, passa a ter acesso às guloseimas propagandeadas pela mídia e começa a deixar de lado os hábitos saudáveis – ingestões de sopas e de sucos – de quando era bebê. “É muito importante sentar- se na mesa e comer junto com a criança os alimentos que ela rejeita. Vendo os outros integrantes da família comer, a criança voltará a experimentar”, explica.

Os pais devem explicar para os filhos, desde cedo, a importância de se ter uma dieta saudável e variada, dizendo (em linguagem apropriada) que os alimentos vão ajudá-los a crescerem fortes e com os cabelos e as unhas mais bonitos. Nos casos mais difíceis, a Profa. Thelma aconselha recorrer a um nutricionista, que pode ajudar dando dicas de preparo de pratos saborosos com os ingredientes que a criança recusa. O momento das refeições, segundo a especialista, deve ser agradável e prazeroso, devendo-se evitar o desvio da atenção da criança com televisão ou brinquedos.

O que não pode faltar?

Todos os nutrientes, como as vitaminas, os minerais, as proteínas, as gorduras e os carboidratos, são essenciais para o bom desenvolvimento neuropsicomotor e o crescimento adequado dos filhos, por isso, é tão importante uma alimentação contrabalançada e variada. “São durante os primeiros anos de vida que a criança forma hábitos alimentares, portanto, uma alimentação saudável e equilibrada, incentivada precocemente, trará reflexos positivos em sua saúde. As mães não podem se esquecer de oferecerem diariamente aos seus filhos cereais, grãos, frutas, laticínios, carnes, legumes e verduras. Além disso, a oferta de água é fundamental ao bom funcionamento do organismo infantil”, enumera a nutricionista.

A alimentação saudável, segundo a Profa. Thelma, deve ser priorizada desde os primeiros meses de vida da criança, logo após o período de aleitamento materno exclusivo, que deve durar até o sexto mês de vida. Aos poucos, após essa fase, o pediatra deve orientar a introdução de novos alimentos, como sucos naturais e papas de frutas frescas, de legumes, de tubérculos e de carnes.

De acordo com a nutricionista, chocolates, guloseimas e fast foods devem ser limitados. Não é preciso proibir, mas a criança precisa saber que esses produtos não podem ser consumidos todos os dias. Profa. Thelma alerta ainda para que os pais não utilizem as guloseimas como recompensas, pois oferecer balas, pirulitos e chocolates quando o filho come toda a refeição é um erro. “Esses alimentos são altamente calóricos e contribuem muito para o surgimento da obesidade na infância”, esclarece.

Fonte: www.dicasdadinda.com.br

terça-feira, 6 de abril de 2010

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

NOVE ANOS
Exuberante! Expansiva! Eufórica! Pronta para tudo! Assim era a criança típica de oito anos. Aos nove anos, como muitos de vocês terão observado, a criança volta à disposição mais calma dos cinco e sete anos. Vive mais dentro de si, é mais segura em seus contatos com o mundo exterior, é mais independente e autossuficiente do que a aventurosa criança de oito anos, que simplesmente não era capaz de viver sozinha.
A criança de nove anos pode ser - e de fato muitas vezes insiste em ser - extremamente independente. A seus próprios olhos, o menino é um verdadeiro homem do mundo e tende a resistir ao excesso de “mandonismo” dos pais. De fato, a criança mediana de nove anos tende a interessar-se muito mais pelos amigos do que pela família; e muitas gostariam, por pouco tempo, de retirar-se o máximo possível do círculo familiar. Sem dúvida, as opiniões dos amigos são muito mais importantes, para a maioria delas, do que as opiniões da família.
Embora a criança de nove anos possa interessar-se por adultos do ponto de vista do que podem fazer com ela – expedições, excursões, interesses partilhados – interessa-se muito menos do que antes pelo relacionamento propriamente dito. Ela deseja e precisa que sejam respeitadas sua maturidade, sua independência e sua separação.
Se deixada por sua própria conta, se tratada como a criatura amadurecida que acredita ser, a criança de nove anos geralmente se dá muito bem e mostra notável grau de autossegurança e capacidade. A idade de nove anos pode ser a do aperfeiçoamento de aptidões e de realização sólida e real. Contudo, há um lado inquietador da criança nessa idade. Ela tende a preocupar-se. Leva as coisas muito a sério. Pode ser extremamente ansiosa e pode, de fato, abater-se por alguma coisa que só provocaria breves lágrimas um ano antes.
Algumas pessoas chegam a considerar nove anos uma idade potencialmente neurótica. A criança de nove anos não apenas se preocupa demais, mas tende a queixar-se. Suas queixas podem ser simplesmente no sentido de que as tarefas impostas a ela, no lar e na escola, são “difíceis demais”. Ou podem assumir a forma de queixas físicas mais sérias. Seus olhos ardem. Suas mãos doem. Tem dor de estômago.
Essas queixas quase sempre representam verdadeiras sensações físicas de desconforto. No entanto, é interessante observar a frequência com que ocorrem em relação a alguma tarefa detestada. Seus olhos ardem quando precisa estudar. Suas mãos doem quando faz exercícios. Seu estômago dói quando tem que varrer o chão ou limpar o jardim. Ela precisa ir ao banheiro assim que chega a hora de lavar a louça. Todas essas queixas devem ser naturalmente respeitadas dentro do razoável mas, apesar disso, devem ser reconhecidas pelo que são – a maneira que a criança de nove anos tem de enfrentar uma situação desagradável. Não, em geral, como males físicos realmente perigosos.
O estágio dos nove anos pode ser em algumas crianças uma idade de considerável revolta contra autoridade. Algumas crianças de nove anos, porém, se revoltam apenas retirando-se – podem olhá-los sem vê-los quando vocês lhes dão uma ordem. E, gradualmente, as queixas, revoltas e preocupações diminuem à medida que a criança de nove anos se aproxima da pacífica idade dos dez anos.

DEZ ANOS
Se seu filho de nove anos era até certo ponto um problema para vocês com suas preocupações, suas ansiedades, seus retraimentos, suas exigências, com toda probabilidade ele mais do que compensará isso quando chegar aos dez anos. Isso porque a idade dos dez anos, pelo que diz a maioria dos pais, é uma das melhores que existem.
Talvez isso seja em parte verdade, do ponto de vista dos pais, pois para a criança mediana de dez anos a palavra dos pais será lei absoluta. Façam-lhe uma pergunta sobre quase qualquer fase de seu comportamento e ela lhes dirá: “Sim, eu posso fazer isso. Mamãe disse que eu posso fazer.” ou responderá: “Não, mamãe disse que eu não tenho idade para isso.”
Ela não apenas obedece fácil e naturalmente, mas parece esperar obedecer e adquire prestígio a seus próprios olhos pela sua obediência. “Eu procuro ser um bom menino”, lhe dirá sinceramente.
As crianças de dez anos não apenas obedecem alegremente a mamãe (e papai), mas a maioria delas está extremamente satisfeita com os pais e com o resto da família também. Perguntem-lhe o que ela mais ama no mundo e ela lhes dirá: “Mamãe e papai, é claro.”
A criança de dez anos está satisfeita não apenas com os pais e professores, mas com o mundo em geral. Está contente com a vida como a encontra e acha fácil divertir-se. É amável e amistosa para com as outras pessoas e espera que elas sejam amáveis consigo.
É prática e direta. É também flexível. Não leva as coisas muito a sério. Perguntem-lhe sobre algum comportamento, e ela responderá casualmente: “Bem, às vezes eu faço, e às vezes não faço.”
O estágio de dez anos, mais do que qualquer outro que se segue até chegar aos dezesseis anos, é uma idade de equilíbrio previsível e confortável. E nunca mais, depois dos dez anos, vocês, pais ou mães, terão exatamente a mesma calorosa e irrestrita aceitação de si, de suas ações e de seus motivos como obtêm agora de seu menino ou menina de dez anos de idade.
Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

SETE ANOS
A idade de sete anos não é exceção à regra de que cada novo período etário traz acentuadas mudanças em comportamento (assim como muitas novas realizações). A criança de seis anos é tipicamente atrevida e agressiva, pronta para aventura nova, falsamente segura de si. Enfrenta situações novas diretamente. Houve encrenca no recreio? Ela fica e briga. Alguém tentou tomar alguma coisa dela? Ela luta pelo que é seu.
As coisas são muito, mas muito diferentes aos sete anos. Embora aos sete anos, como em qualquer outra idade, haja momentos de exuberância, segurança e felicidade, é uma idade mais retraída. A criança de sete anos em muitos sentidos acalmou-se e é mais fácil viver com ela. Mas ela tem mais probabilidade de queixar-se do que de rejubilar-se. Tende mais a retirar-se de cena resmungando do que a ficar e exigir o que é seu. Tem sido, com justiça, descrita como taciturna, melancólica e caprichosa.
A criança de sete anos não apenas se retira de combate, mas parece naturalmente retirar-se de outras pessoas. Gosta de estar sozinha. Quer um quarto só para si, onde possa retirar-se e proteger suas coisas. Gosta de observar, de ouvir, de ficar na orla de qualquer cena. É grande telespectador e ouvinte de rádio, possivelmente um grande leitor. É quase como se estivesse construindo sua noção do eu, olhando, observando, ruminando.
Mas suas mãos são também muito atarefadas, tocando, explorando, tateando tudo aquilo com que entram em contato. Ela tem um desordenado amor por lápis e prefere o claro e definido traçado do crayon colorido. Seu intelecto está em ascendência. Ela é mais discriminativa e refinada no que vê e no que faz.
Muitas vezes, exige excessivamente de si própria. Tem consciência da tarefa, mas nem sempre é capaz de completá-la. Tende a continuar por muito tempo e depois tornar-se exausta de repente. Precisa ser ajudada para definir pontos de parada. Tem seus dias bons e seus dias maus; os dias de alta aprendizagem e os dias em que esquece tudo. Uma professora consciente modificará seu alimento intelectual nesses diferentes dias. E uma mãe sensata manterá o filho em casa se o dia mau dele começa assim que sai da cama, como sempre acontece.
Por um breve período, a vida pode, para algumas dessas crianças, ser colocada decididamente em tom menor. Nesses tempos, a criança de sete anos tende a sentir que as pessoas são contra ela, não gostam dela, estão perseguindo-a. As outras crianças trapaceiam; a professora persegue-a na escola. Mesmo seus pais são injustos. Embora só algumas cheguem ao ponto de imaginar que são adotivas, essa fantasia ocorre de vez em quando e tipifica a atitude de “ninguém gosta de mim” da criança de sete anos. Se sua família é muito “ruim” com ela, ela pode ameaçar fugir. Não devido à expansiva exuberância que, às vezes, arrasta a criança de quatro anos para o mundo, mas simplesmente para escapar da intolerável perseguição que pensa ser seu destino.
Mesmo a expressão facial de algumas crianças de sete anos pode revelar sua insatisfação com a vida. Seus lábios podem curvar-se para baixo em uma permanente expressão de amuo.
Embora a criança de sete anos tenda a ser menos feliz e satisfeita do que seus pais gostariam que fosse, seus dias bons aumentam firmemente à medida que se torna mais idosa, seu cansaço diminui e ela, aos oito anos de idade, estará pronta para a maior parte das coisas.
Os pais da criança de sete anos precisam seguir um rumo delicado entre mostrar razoável simpatia pelas numerosas queixas que ela apresenta e, apesar disso, não levar essas queixas muito a sério (embora dores de cabeça precisem ser investigadas). A professora provavelmente não é tão injusta quanto a criança diz; as outras crianças não são tão atrozes; os irmãos e a irmãs não são tão maldosos..
OITO ANOS
A criança de sete anos retira-se do mundo, mas a de oito, sai para enfrentá-lo. Nada é difícil demais para a criança de oito anos, em sua própria avaliação. Nenhuma tarefa é tão formidável a ponto de não poder ser empreendida. Nenhuma distância é grande demais para ser coberta por ela. De fato, para a criança mediana de oito anos, o novo e difícil é um excitante desafio que ela tende a enfrentar com grande animação. Com frequência, ela superestima sua própria capacidade de enfrentar esse desafio.
Nem sempre leva até o fim suas atividades. O impulso de energia e entusiasmo com que empreende cada nova tarefa pode ser seguido por malogro, desencorajamento e mesmo lágrimas se seu malogro é mencionado. Mas isso não a impedirá de começar alguma outra coisa nova – no dia seguinte.
Descrevemos muitas vezes a criança de oito anos como expansiva e veloz. Ela parece achar difícil ficar fora de contato com qualquer parte de seu ambiente. Por isso está constantemente atarefada e ativa, constantemente gozando de novas experiências, constantemente experimentando novas coisas, fazendo novos amigos.
Em todos os sentidos, a criança típica de oito anos percorre muito terreno. Com sua característica velocidade, percorre-o rapidamente. Mas, infelizmente, com seus recém-aumentados poderes de avaliação, ela pode reconhecer seus fracassos excessivamente freqüentes. Então, lágrimas e autodepreciação! “Eu sempre faço as coisas errado!” “Nunca faço nada certo!” Com sua tendência a dramatizar tudo, às vezes desconfiamos que ela, em certo sentido, se regozija até mesmo com fracassos ou, pelo menos, faz uso deles.
Apesar de todo seu atrevimento e jactância, ela é muito mais sensível do que se poderia esperar. Precisa de proteção tanto para não tentar coisas demais como para não ter excessiva autocrítica quando encontra o fracasso.
Por isso, quando seu bom começo é seguido, como frequentemente acontece, por um mau final, ajudem-na a não ter um sentimento de fracasso grande demais. Planejem com ela uma época futura, quando se sairá melhor ou não escolherá para si própria uma tarefa quase impossível.
A criança de sete anos era muito preocupada consigo mesma e com a maneira com a qual outras pessoas a tratavam. A de oito anos vai mais longe do que isso em seus entendimentos com os outros. Agora, ela está interessada não apenas na maneira de as outras pessoas a tratarem, mas em seu relacionamento com os outros. Está pronta a ter - e deseja ter - uma boa relação bilateral. Além disso, o que a preocupa não é só aquilo que as pessoas fazem, mas também aquilo que pensam. Tem mais para dar às pessoas do que tinha antes, mas também espera mais delas. Com a mãe, especialmente, a criança de oito anos deseja e reclama um relacionamento compreensivo e estreito.
A criança de oito anos, em seu universo expansivo, dá-nos mais do que uma sugestão da espécie de pessoa que será mais tarde.


Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

CINCO ANOS
A idade de cinco anos assinala, em muitas crianças, um tempo de extremo e delicioso equilíbrio. “Ele é um anjo”, dizem muitas mães de meninos de cinco anos, com respeito e admiração.
“Ele é quase bom demais!”, dizem outras, preocupadas. Os cinco anos, de fato, são uma boa idade. Ficou para trás a exuberância sem limites dos quatro anos. Ficaram para trás a incerteza e imprevisibilidade dos quatro anos e meio. A criança dos cinco anos tende a ser segura, estável e bem ajustada. Segura dentro de si própria, ela é calma, amistosa e não muito exigente em suas relações com os outros.
Parece segura e capaz, porque se contenta em ficar dentro ou perto da base doméstica. Parece sentir a necessidade de lançar-se ao desconhecido, de tentar o que é difícil demais para ela. Pelo contrário, contenta-se em viver aqui e agora. Tenta só o que é capaz de realizar e, por isso, realiza aquilo que tenta. A mãe é o centro de seu mundo e gosta de estar perto dela. Gosta de fazer coisas com ela e para ela, gosta de obedecer às suas ordens. Gosta de obedecer instruções e de obter permissão. Ser um bom menino é não apenas sua intenção, mas é algo que geralmente consegue realizar. Por isso, a criança sente-se satisfeita consigo mesma, e os outros, com ela.
Muitos pais gostariam de ter de volta a dócil criança de cinco anos, quando ocorre o costumeiro rompimento de comportamento dos 5 e meio para os 6 anos e quando seu “bom” filhinho de cinco anos se torna uma criança de seis anos frequentemente muito menos do que boa.
Olhar assim para trás é, naturalmente, inútil. É como desejar que o filho de dezoito meses, quando anda pela sala muito bruscamente e pega coisas demais, estivesse de novo no estágio anterior à capacidade de engatinhar. A idade de cinco anos é, certamente, agradável para todos enquanto dura. Mas a criança em crescimento precisa de muito mais do que o equipamento de cinco anos para enfrentar o mundo. Precisa ramificar-se. la muitas vezes penetra em áreas que causam grandes dificuldades para todos os interessados. Essa é a dificuldade dos seis anos.
SEIS ANOS
A esta altura, um certo ritmo de crescimento talvez se tenha tornado evidente para vocês. Vocês terão notado que, enquanto a criança cresce, existe uma tendência de idades em que parece estar com equilíbrio relativamente bom – feliz, complacente e segura – alternarem-se com idades nas quais esse equilíbrio se rompe. Nas idades de desequilíbrio, a criança está-se lançando para fora, ou para dentro, tentando coisas novas, querendo mais, achando difícil adaptar-se aos outros, porque suas próprias exigências são muito fortes.
Assim, a tranquila criança de cinco anos é seguida pela tumultuada criança de seis anos. Na verdade, o rompimento começa por volta dos cinco anos e meio. Aos seis anos e meio, as coisas em geral já se abrandaram de novo. Mas durante um período de cerca de seis meses, por volta dos seis anos de idade, muitos pais acham extremamente difícil lidar com o filho.
O comportamento nesse tempo faz lembrar, em muitos sentidos, o que descrevemos como tipificador da criança de dois anos e meio. A criança é, antes de tudo, violentamente emocional. E, em suas emoções, funciona em extremos opostos. Ama em um minuto, odeia no minuto seguinte. Assim, pode dizer: “Eu gosto de você, mamãe”, acompanhando sua declaração com um grande abraço. No minuto seguinte, explode: “Eu odeio você!”. Essa explosão pode ser provocada por nada pior, da parte de sua mãe, do que tirar algum de seus pertences do lugar apropriado.
Acontece que a mãe não é mais o centro de seu mundo, como era quando a criança tinha apenas cinco anos. Agora “ela” quer ser o centro de seu mundo, embora não tenha, ainda, adquirido uma noção segura de si própria. Quer ficar em primeiro lugar, quer ser a mais amada, ter o máximo de tudo. A mãe foi removida para segundo lugar. E, agora, a criança joga tudo em cima dela. De tudo quanto sai errado, a mãe leva a culpa.
E muita coisa sai errada. Isso porque a criança de seis anos, como a de dois anos e meio, é muito exigente em relação aos outros e muito rígida em suas exigências. Quer que as coisas sejam exatamente assim. Não é capaz de adaptar-se. São os outros que devem adaptar-se a ela.
Além disso, tende a ser extremamente negativa em sua reação aos outros. O fato de lhe terem pedido para fazer alguma coisa é, a seus olhos, razão suficiente para recusar fazê-la.
A criança de seis anos é, porém, deliciosa em seu vigor, em sua energia, em sua disposição para qualquer coisa nova. É uma idade expansiva e a criança de seis anos está preparada para fazer quase qualquer coisa. Seu apetite por experiência nova é prodigioso.
Mas isso a leva a querer tudo de tudo. É muito difícil para ela escolher entre duas alternativas, porque deseja ambas. É também difícil para ela aceitar críticas, culpa e punição. Ela tem que estar certa. Ela tem que ser elogiada. Ela tem que vencer. É tão rígida e inadaptável em suas relações com outros quanto era aos dois anos e meio. As coisas têm de ser feitas à sua maneira. Os outros precisam ceder a ela. Se está ganhando, tudo está muito bem. Se os outros ganham, há lágrimas e acusações de que os outros estão roubando!
Assim, quando tudo corre bem, a criança pode ser cordial, entusiástica, zelosa, pronta para tudo. Mas, se as coisas correm mal, há lágrimas e acessos de raiva.
É difícil contornar essa idade na vida da criança e nem devemos desejar fazê-lo. Podemos torná-la um pouco mais fácil para criança e para nós, respeitando o fato de que ela está tendo um tempo difícil dentro de si própria, assim como em suas relações com os outros. Usem técnicas quando puderem. Contornem o maior número possível de incidentes infelizes. Introduzam pessoas de fora para ajudar a realizar as rotinas cotidianas quando puderem, pois a criança mostra-se pior com a sua mãe.

Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

QUATRO ANOS
Para cada idade, parece possível descobrir uma palavra ou palavras-chave que descrevem a estrutura de comportamento nesse tempo. Se pudermos descobrir e lembrar essas palavras, isso muitas vezes nos ajudará tremendamente a compreender e apreciar a criança dessa idade.
Para a criança de quatro anos, as palavras-chave estão “fora dos limites”. Se formos capazes de lembrar essas palavras e sorrir com simpatia quando as dissermos, isso poderá ser de imensurável utilidade no sentido de ajudar-nos a lidar com quaisquer crianças de quatro anos que cruzem nosso caminho. Porque a criança de quatro anos está, quase mais que a criança de qualquer outra idade, fora dos limites em quase todas as direções.
Assim, ela está fora dos limites no sentido motor. Bate, dá pontapés, joga pedras. Quebra coisas. Foge correndo. Está fora, fora dos limites emocionalmente: risadas altas e tolas alternam-se com períodos de raiva. “Você me deixa louca”, diz ela à mãe. Verbalmente, está quase mais fora dos limites que em qualquer outro aspecto. A linguagem de uma criança típica de quatro anos pode quase certamente chocar qualquer pessoa, exceto, talvez, uma calejada professora de escola maternal. Palavrões (onde ela terá ouvido esse linguajar horrível?) são predominantes. Palavras de banheiro, de eliminação, entram em uso comum. A criança não apenas as emprega incidentalmente nas situações poderiam ser apropriadas, mas pode demorar-se e fazer rimas com elas – acompanhando-as com muitas risadas tolas que parecem mostrar como aprecia plenamente sua impropriedade.
Em relações interpessoais, a criança está tão fora dos limites quanto em tudo o mais. Gosta de desafiar as ordens dos pais. De fato, parece encontrar prazer em desafiar o mais que pode. Mesmo punição severa parece ter pouco efeito corretivo. Uma terrível dureza parece tê-la dominado – ela se pavoneia, pragueja, se vangloria e desafia.
Sua imaginação também parece não ter, nessa época, limites “razoáveis”. A recém-descoberta fuga por meio da imaginação, que muitas vezes começa aos três anos e meio, pode estar em um ponto alto para o encontro de companheiros imaginários. Isso, a maioria dos pais aceita bastante bem. As gabolices da criança de quatro anos, particularmente quando parecem ao adulto meras mentiras, são menos aceitas.
No entanto, para a criança mediana de quatro anos, a linha entre fato e ficção é muito fina e flexível. Ela pode não estar realmente contando mentiras. Simplesmente é mais interessante daquele jeito e a criança pode vir a acreditar em suas próprias fantasias, que se tornam reais para ela.
Cabe a vocês, como mãe, pai ou professor, decidir até que ponto devem ser firmes em relação a todos esses comportamentos fora dos limites. Sem dúvida, existem limites.
Mesmo a situação social muito simples de um grupo de escola maternal exige certo refreamento da exuberância da criança de quatro anos. A vida no lar talvez exija mais ainda. Vocês precisam, inevitavelmente, usar de muita firmeza ao lidar com a criança de quatro anos. Mas se sentirão menos desesperados e menos encolerizados, quando lidarem com ela, se puderem ter em mente que comportar-se de maneira fora dos limites é não apenas uma etapa quase que inevitável, mas também muito necessária de desenvolvimento.
A criança de três ano e meio era, certamente, insegura demais para propósitos práticos. A de quatro, parece a maioria de nós ostensivamente segura e petulante, confiantes em sua própria capacidade. A natureza parece ter essa maneira de ir a extremos opostos à medida que a criança se desenvolve. Com o tempo, as oscilações do pêndulo se tornam menos extremas e fixam-se em uma escala mais estreita à medida em que a personalidade básica do indivíduo é menos alterada pelas mudanças da idade.
A criança de quatro anos precisa ter permissão para submeter-se a prova. Precisa ter permissão para sair à rua com sua bicicleta em ambas as direções e com limites expansivos. Esperamos que haja vizinhos que ela possa visitar, que a recebam e comuniquem a visita à mãe. Ela precisa ter permissão para correr à frente pela calçada e esperar na esquina seguinte. É surpreendentemente responsiva se lhe for permitida alguma expansão inicial. As rédeas de controle podem ser mantidas frouxas, mas há sempre aqueles momentos em que precisam ser puxadas para que se tornem curtas e firmes.

Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

TRÊS ANOS
As coisas se aquietam brevemente, aos três anos, para a maioria das crianças. A criança de dois anos e meio parece gostar de resistir. A de três, parece gostar de conformar-se. A criança típica de três anos usa a palavra “Sim” com tanta facilidade quanto usava antes a palavra “Não”.
Aos dois anos e meio, parecia ser só “tomar”. Aos três anos, a criança gosta tanto de dar quanto de tomar. Gosta de partilhar – tanto objetos como experiências. “Nós” é outra palavra que usa com frequência. Expressa sua atitude cooperativa e condescendente com pessoas e coisas que a cercam, talvez porque esteja em melhor equilíbrio consigo mesma. Não parece mais necessitada de proteção, de rituais, de fazer tudo da mesma maneira. Maior maturidade levou-a a sentir-se muito mais segura em suas relações com os outros.
Não apenas a necessidade de rituais passou, mas quase todos os outros aspectos do comportamento dos dois anos e meio, que criavam dificuldades para ela e para aqueles à sua volta, também parecem ter desaparecido ou, pelo menos, diminuído. A criança não é mais rígida, inflexível, dominadora, gananciosa. Não é mais necessário que tudo seja feito à sua maneira. Agora ela não pode apenas fazer as coisas à maneira dos outros, mas pode gostar de fazê-lo.
Pessoas são importantes para ela. Gosta de fazer amigos e, muitas vezes, mostra-se disposta a deixar um brinquedo ou um privilégio a fim de permanecer nas boas graças de outra pessoa – coisa de que era incapaz anteriormente.
A maior capacidade motora permite que rotinas cotidianas e outras atividades necessárias possam ser realizadas com dificuldade mínima. Permite, também, à criança desenvolver com sucesso atividades de brinquedo que antes a desorientavam e enraiveciam.
Mas, acima de tudo, sua maior capacidade na linguagem e seu interesse pela linguagem ajudam-na a ser uma deliciosa companheira, um interessante membro do grupo. Seu vocabulário e sua capacidade de usar linguagem aumentaram tremendamente na maioria dos casos. Sua própria apreciação da linguagem dos outros aumentou. Agora, ela não só pode ser entretida, como também entreter a si própria. Gosta de palavras novas que podem muitas vezes, atuar como magia no sentido de influenciá-la a comportar-se como desejamos. Palavras como “novo”, “diferente”, “grande”, “surpresa”, “secreto”, tudo sugere sua maior percepção no excitamento de novos horizontes. Palavras como “ajude”, “poderia”, “adivinhe”, são ativos motivadores para levá-la a realizar tarefas necessárias.
A criança de dois anos, frequentemente, parecia resistir apenas por uma questão de princípios. Era mais seguro. A de três anos avança positivamente para enfrentar cada nova aventura.
Temporariamente, aos três anos, muitas crianças chegam ao que a maioria dos pais e professores considera um delicioso estágio de equilíbrio. Os desejos da criança e sua capacidade de realizar tais desejos parecem, durante algum tempo, estar em equilíbrio notavelmente bom. As crianças de três anos, em sua maior parte, parecem estar bem satisfeitas consigo mesmas e com aqueles que a cercam, e o sentimento tende a ser recíproco. Parecem ainda, pelo menos no que mostra seu comportamento exterior, sentir-se seguras dentro de si.

TRÊS ANOS E MEIO

Aos três anos e meio, ocorre, em muitas crianças, uma tremenda mudança. É como se, a fim de passar do equilíbrio do estágio de três anos para aquele que é geralmente atingido aos cinco anos de idade, o comportamento da criança precisasse romper-se, soltar-se e atravessar uma fase de nova integração. Tudo isso chega ao que é, para muitas crianças aos três anos e meio de idade, um período de acentuada insegurança, desequilíbrio e incoordenação.
Por isso, a má ou nova coordenação pode expressar-se em qualquer dos terrenos de comportamento ou em todos eles. Pode expressar-se apenas temporariamente em algumas crianças, por período consideravelmente mais longo, e de maneira mais acentuada em outras crianças. É tão característica deste período etário determinado que, embora certos fatores ambientais possam exagerá-la, em muitos casos podemos, com razão, considerar que é causada somente por fatores de crescimento. Certos subprodutos do comportamento iniciados neste período, como gagueira, podem continuar por mais tempo do que deveriam dentro do curso de crescimento mais usual.
Por isso, vocês podem procurar incoordenação em qualquer dos terrenos do comportamento ou em todos eles. Incoordenação motora, por exemplo, pode expressar-se em tropeções, quedas, medo de altura. A criança que antes demonstra excelente coordenação motora pode passar por um período de extremo desequilíbrio motor.
As mãos, e mesmo o corpo todo, podem ser envolvidos. Assim, a criança cujos movimentos de mão e braço haviam sido até agora fortes e firmes pode, de repente, desenhar com linha fina e oscilante: pode adquirir um tremor de mão perceptível. A linguagem pode ser envolvida. Gagueira, muitas vezes, aparece em crianças que nunca antes haviam gaguejado. Olhos e ouvidos podem ser envolvidos. Pais muitas vezes ficam preocupados com o estrabismo temporário (ou mais persistente) que surge nesse tempo. A criança talvez se queixe, dizendo que não vê ou que não ouve. As descargas emocionais são, com frequência, exageradas. Assim, a criança pode piscar os olhos, morder as unhas, beliscar o nariz, exibir tiques faciais ou outros, masturbar-se, chupar o dedo excessivamente. E, por fim, junto com dificuldades motoras e verbais, muitas vezes sobrevêm tremendas dificuldades nas reações com outras pessoas. A criança de três anos e meio expressa sua segurança emocional chorando, lamentando-se e perguntando-se frequentemente. Ou pode exigir que toda a atenção se focalize nela e, assim, tornar-se extremamente ciumenta de qualquer atenção prestada por membros da família entre si. Com seus amigos, também ela mostra considerável segurança e grande exigência de sua atenção exclusiva. Os extremos emocionais que expressa (muito acanhada/expansiva) também fazem dela um participante inseguro de qualquer situação social.
Se o adulto seguro sabe de tudo isso, pode ajudar muito. Antes de tudo, pode impedir que se culpem vários aspectos do ambiente. Pode estimulá-las a melhorar o ambiente, e pode ajudar a dar-lhes paciência para demonstrar pela criança a afeição adicional, a compreensão adicional de que ela tão desesperadamente precisa nessa idade.
Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

DOIS ANOS
O comportamento da criança aos dois anos de idade é muito mais bem organizado do que anteriormente, do ponto de vista do adulto, a ponto de às vezes cairmos na cilada de esperar uma firme melhora daqui para diante e sermos, assim, infelizmente surpreendidos quando as costumeiras dificuldades dos dois anos e meio se tornam aparentes.
Seja como for, independentemente do que possa vir depois, aqui nos dois anos ocorre um breve período de folga para a criança, assim como para a mãe. Isso porque, na maioria das crianças de dois anos, em comparação com as idades que os precedem e seguem imediatamente, essa é uma idade de acentuado equilíbrio.
As coisas são muito mais fáceis no que se refere a quase todos os terrenos de comportamento. Maior maturidade e uma alta disposição de fazer o que é capaz e não tentar esforçar-se demais para fazer as coisas de que não é capaz explicam em grande parte essa maior tranquilidade.
A criança de dois anos é muito mais segura de si no sentido motor do que era aos dezoito meses. Tem menos probabilidade de cair. Corre e sobe com mais segurança. Por isso, não precisa mais preocupar-se tanto em manter seu equilíbrio e em escorar-se, podendo assim voltar a sua atenção para outras coisas. Ademais, o adulto não precisa ficar muito vigilante para protegê-la.
É também mais segura de si no sentido da linguagem. Não só compreende agora parte surpreendente do que lhe é dito, mas a elas próprias podem em geral, usar a linguagem com notável eficiência.
Ser capaz de tornar suas necessidades conhecidas e ser compreendida pelos outros alivia grande parte da furiosa exasperação que sentia antes, quando só podia apontar e chorar, na esperança de que alguém conhecedor de suas maneiras e necessidades estivesse nas proximidades para interpretar. Aos vinte e poucos meses, uma colher errada ou um babador errado podia ser causa de longo acesso de choro.
Emocionalmente, também, a criança acha a vida mais fácil. Suas exigências não são tão fortes quanto eram. Sua capacidade de esperar um minuto ou sofrer frustração ligeira ou temporária, se necessário, aumentou tremendamente.
Além disso, as pessoas têm para ela um significado maior do que antes. Ela gosta, às vezes, de agradar os outros; e é com frequência agradada pelos outros. Por isso, pode, como não podia aos dezoito meses, fazer ocasionalmente coisas apenas para agradar pessoas, pode ocasionalmente ter o desejo de compartilhar objetos com outras crianças. Poderá, às vezes, se assim for dirigida, mostrar-se disposta a encontrar brinquedos substitutos para essas outras crianças. Isso marca toda uma nova dimensão em relações sociais, diferente daquela de seis meses antes.
A criança de dois anos é, em numerosas ocasiões, amorosa e afetuosa. Pode ser calorosamente responsiva aos outros. Isto, justamente com sua maior afabilidade, faz dela, no lar ou na escola maternal, uma pessoa muito mais fácil de lidar do que quando era mais nova. Muita coisa pode ser dita e, frequentemente, é dita em louvor da criança de dois anos. Ela é uma companheira amorosa e uma verdadeira alegria em muitos lares.

Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

UM ANO
O primeiro aniversário é, sem dúvida, uma ocasião importante. Os usos populares requerem um bolo e uma vela acesa para celebrar o acontecimento; e, numa base cronológica, isso está perfeitamente certo. Mas, do ponto de vista biológico, esse aniversário não assinala uma época, porque o bebê de 1 ano passa por transformações de caráter desenvolvimento que não se completam antes da idade de 15 meses. E se pensarmos antes nele como sendo uma criança de 15 meses em via de elaboração, isso nos ajudará a compreender melhor as suas características de comportamento.
A criança de 1 ano é capaz de sentar-se sozinha, mas prefere engatinhar; é capaz de ir de um lado para outro, e de trepar, se arranjar um bom apoio para as mãos. Mas esses esquemas são quadrúpedes e não bípedes. Muitas crianças, já no final do primeiro ano, caminham sobre as mãos e as plantas dos pés, em lugar de o fazerem sobre as mãos e os joelhos. Essa é a última de duas dezenas de fases que a levam, finalmente, a assumir a postura ereta. Quando os pés se tornam o suporte, as mãos depressa se libertam.
Gosta mais de brincar com vários pequenos objetos do que só com um. Pega neles, um de cada vez, deixa-os cair e apanha-os de novo, um por um. Este comportamento, superficialmente visto, afigura-se-nos um tanto desordenado; mas é, realmente, muito ordenado, do ponto de vista do desenvolvimento natural, porque este esquema de ação de um-por-um é um esquema rudimentar de contagem. Não é tão complexo como um jogo propriamente de contar, mas é um pré-requisito do desenvolvimento.
O bebê tem outra razão para estes manejos de apanhar e deixar cair. Está exercitando as suas capacidades de largar, ainda imaturas, mas em vias de amadurecimento. Depois de ter aprendido como se agarra, tem agora de aprender como se larga. Se parece exagerar essa atividade é porque ainda não domina com precisão os seus músculos extensores. Daí a sua brusquidão de movimentos e também a sua incapacidade de largar na altura própria.
Mas se começarmos a jogar com ele um jogo simples de fazer rolar uma bola para lá e para cá, notaremos os significativos progressos que ele fez desde a idade de 40 semanas. Às 40 semanas, talvez encarasse as nossas propostas com reservas, observando os nossos movimentos, mas sem responder a eles. Em vez disso, segurava a bola e levava-a à boca ou devolvia-a com um gesto mal definido. Com a idade de 1 ano, a sua maneira de largar a bola constitui uma resposta; há nela um elemento de imitação voluntária e de iniciação. Mais um mês, larga a bola, dando-lhe um impulso ligeiro, mas bem definido – e tudo isso nos leva a pensar quanto esses simples esquemas são complicados e quantas coisas dependem da maturação.
As oportunidades de convívio social facilitam incontestavelmente a conformação dos esquemas e favorecem uma organização saudável das emoções que os acompanham. A criança de 1 ano gosta de ter uma plateia. É uma das razões porque ela é tantas vezes o centro do grupo familiar. Nessa qualidade, revela uma tendência teatral para repetir habilidades que fazem os outros rirem. Gosta dos aplausos. Isso pode ajudá-la a sentir a sua própria identidade, tal como aprendeu a sentir melhor a roupa, batendo fortemente com ela no tabuleiro. Está agora definindo uma distinção psicológica difícil – a diferença entre ela própria e os outros.
É suscetível a certas formas primitivas de afeto, ciúme, simpatia e necessidade. Pode ser sensível ao ritmo. Pode até manifestar um certo senso de humor, porque se ri de sons bruscos inesperados e de incongruidades espantosas. Pode ser um imitador prodigioso. Mostramo-lhes como se faz soar uma sineta e ela põe-se a agitá-la furiosamente, numa manifestação de reciprocidade social. Mas pára, de súbito, em meio de toda aquela animação, para empurrar o badalo com um dedo inquiridor! Isso não fazia parte da demonstração, mas faz parte da criança. Devemos estar gratos à natureza que a protegeu com esse grau de independência. Afinal, nós não pretendemos inundá-la de aculturação.
Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

Características do comportamento da criança nas suas faixas etárias

SEIS MESES
O bebê de seis meses quer sentar-se e ver o que passa e quer, acima de tudo, apoderar-se de qualquer objeto (uma peça de roupa pode servir) que ele seja capaz de manusear, de levar à boca e de bater com ele. Não são necessários brinquedos caros e complicados. Nunca está ocioso, porque sente uma necessidade compulsiva de se servir das mãos para manusear e explorar.
Essa ânsia de manusear é tão grande que é capaz de brincar sozinho, feliz da vida, durante curtos períodos de tempo. Nessa altura, devemos deixá-lo entregue aos seus planos. É característico dele ser tão independente como sociável. Irá manifestar uma independência análoga, em um nível mais elevado, quando estiver na fase de andar daqui para ali, aos 18 meses.
O bebê de seis meses apresenta uma mistura de versatilidade e de incapacidade. É largamente superior ao bebê de 16 semanas no conjunto dos olhos e das mãos; mas encontra-se ainda à beira das capacidades que virão a amadurecer durante o resto do seu primeiro ano. Está perto de se sentar sozinho; quando chegar a 1 ano, pôr-se-á, sozinho, de pé. É capaz de segurar dois objetos, um em cada mão; a seu tempo, será capaz de os juntar. Vocaliza grande diversidade de vogais e consoantes que em breve ganharão o estatuto de palavras. Através de incessantes manuseamentos e de levar à boca um grande número de objetos, adquire um cabedal de percepções que fazem-no sentir-se mais à vontade no seu ambiente físico. Acumula também um tesouro de percepções sociais; interpreta as expressões faciais, as atitudes posturais e as idas e vindas da rotina doméstica. Estas percepções sociais não são ainda muito complexas, mas são apuradas; são esquematizadas; e são essenciais ao continuado desenvolvimento da sua personalidade.
Nesta idade, as capacidades da criança acham-se relativamente equilibradas. Os esquemas de comportamento estão bem focados; os seus interesses são equilibrados; é, ao mesmo tempo, independente e sociável; alterna, com facilidade, uma atividade espontânea relacionada consigo mesmo e uma atividade de relações sociais. Gosta de ficar sentado (com apoio), mas sente-se igualmente bem deitado de costas. Gosta de manusear brinquedos, mas qualquer objeto lhe serve; e governa-se mesmo sem objeto nenhum, pois, então, entretém-se deslocando a mão dentro do seu campo de visão, pelo simples prazer (e valor educacional, também) de vê-la mover-se. Tudo considerado, as suas características de comportamento contrabalançam-se bem. Mas as tendências do desenvolvimento em breve irão desviá-lo desse comparativo equilíbrio, enquanto ele for abrindo caminho para níveis mais altos de maturidade.
Fonte: GESSEL, Arnold. A criança do 0 aos 5 anos. 6.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
GESSEL, Arnold, A criança dos 5 aos 10 anos. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.